A investigação forense vai além da identificação de um incidente, busca compreender sua origem, impacto e trajetória dentro da rede. Entender as diferenças entre a análise via LOGs e PCAPs é determinante para o êxito em obter evidências essenciais para a construção de uma cadeia de custódia completa.

Em um cenário prático de investigação, os logs respondem com precisão à pergunta quem fez o quê: mostram usuários, endereços, timestamps e eventos registrados pelos sistemas; já os PCAPs explicam como a ação foi realizada e com que dados: permitem reconstruir sessões, reassemblar fluxos, inspecionar payloads e identificar exatamente o conteúdo trocado. Por isso, para fins periciais e de resposta a incidentes, a combinação é ideal. Logs oferecem o mapa de eventos, mas os pacotes fornecem a narrativa técnica completa necessária para confirmar hipóteses, extrair provas e reproduzir incidentes.

Aspecto de AnáliseForense via LogsForense via PCAPsPeso (0-10)
Forense (Logs)
Peso (0-10) Forense (PCAPs)
Valor probatório (forense)Indiciário, depende da integridade do logEvidencial, contém a prova técnica direta610
Conteúdo da comunicaçãoApenas metadados (IPs, hora, ação)Payload completo e protocolos decodificados410
Detecção de malwareDepende de alertas do EDR ou antivírusPermite extrair o arquivo malicioso610
Identificação de exfiltraçãoIndireta (por volume ou destino)Direta (conteúdo transferido visível)510
Detalhe de comando executadoLimitado a registros textuaisMostra o comando e resposta exata510
Granularidade geralMédiaAltíssima610
Análise de protocolosRestrita a registros de camada de aplicaçãoDecodifica protocolos em todas as camadas (Ethernet, ARP, IP, TCP, DNS, HTTP, TLS, etc.)510
Reconstrução de sessãoParcial, baseada em timestampsCompleta, com reassemblagem TCP69
Visão de lateralidade do ataqueApenas origem e destinoMostra fluxos paralelos entre hosts, pivôs e conexões simultâneas (ataques East-West)59
Rastreamento de ataques criptografados (TLS)Apenas metadados de sessãoIdentifica padrões TLS, SNI, handshake, fingerprint JA3/JA459
Visão temporalDiscreta (eventos isolados)Contínua, com precisão de microssegundos79
Visão de autenticaçãoMostra tentativas e statusMostra pacotes e credenciais trafegadas69
Correlações contextuaisBoa para “quem fez o quê”Excelente para “como e com que dados”89
Capacidade de replayInexistente (sem dados brutos)Permite reproduzir o tráfego exato em sandbox ou Wireshark para reanálise09
Validação de falsos positivos e negativosDifícil validar sem conteúdo realPossível revisar o tráfego real e confirmar o ataque58
Detecção de anomalias comportamentaisBaseada em contagem ou volume de logsPermite machine learning em payloads e padrões de tráfego68
Detalhamento de performance de redeSuperficial por logs de sistemasPermite medir latência, retransmissões, jitter, perda de pacotes e QoS total da rede e por segmentos68
Visibilidade de IoCs (Indicators of Compromise)Depende de parsing de logExtração direta de IoCs em payload (URLs, domínios, hashes, user-agents, etc.)68
Compressão e retençãoDados pequenos mas com perda de contextoPode ser comprimido sem perda, mantendo valor técnico completo77
Correlação multi-fonte (SIEM, IDS, EDR)Limitada a timestamps e IPsIntegra-se facilmente a SIEM/IDS mostrando pacotes reais que originaram alertas67
Automação de análise (AI/ML)Limitada a texto e metadadosPossibilita extração automática de features e feeding em modelos de IA57
Camadas observadasCamadas 7 e parcialmente 4Camadas 2 a 7 completas57
Tipos de ataque identificáveisLimitado a assinaturas conhecidas ou correlação textualDetecta ataques horizontais, transversais, Lateral Movement, DDoS, tunneling e evasão de IDS57

Os pesos forenses foram atribuídos com base na
profundidade técnica e no valor probatório de cada evidência.

Aspectos como a visualização direta do conteúdo das comunicações e a reprodução fiel do tráfego (replay) receberam peso elevado (9–10), por representarem provas técnicas diretas e de alta confiabilidade.

Informações contextuais ou indiciárias, como registros de logs e eventos sem conteúdo de payload, foram classificados entre 4 e 6, refletindo sua limitação em termos de reconstrução e valor pericial.

Autenticação, compressão e visão temporal, situaram-se na faixa de 7 a 8, pois, embora não contenham o conteúdo integral das comunicações, ainda contribuem significativamente para a contextualização e correlação dos fatos durante a análise forense.

Investigação forense exige mais do que identificar um incidente: requer reconstruir sua origem, dinâmica e impacto com evidências robustas. Logs fornecem o mapa de eventos: quem, quando e onde, oferecendo contexto imprescindível para triagem e correlação; 

Já os PCAPs entregam a narrativa técnica completa, o “filme” do tráfego, com payloads, sessões reassembladas e precisão temporal e, por isso, detêm maior valor probatório. A combinação de ambos maximiza a capacidade de confirmar hipóteses, extrair IoCs, reproduzir incidentes em ambiente controlado e garantir uma cadeia de custódia sólida.

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